Como responder à questão “Por que o terrorismo hoje?”. De que maneira poderíamos compreender, por meio de uma leitura psicanalítica, a dimensão de terror que se impõe aos sujeitos na atualidade? Guiado pela pergunta introdutória “Quem seria o terrorista da vida cotidiana?”, Christian Dunker, psicanalista e professor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), entende que o “terrorista da vida cotidiana” – aquele a quem denomina “normalopata” – é alguém extremamente adaptado, que não se reconhece na sua relação com o desejo. Se “nem tudo na psicopatologia psicanalítica é sintoma”, afirma Dunker, “o terrorismo seria antes de tudo uma estratégia de nomeação (de objeto) que impõe o terror (Schreck) ao outro, invadindo o espaço social”.
Como consequência, sugere ainda, mediante reflexões psicanalíticas e sociopolíticas acerca da dinâmica das relações de dominação e submissão (imaginárias ou não) presentes na cultura, a evidência de um narcisismo de dimensões globais e translinguísticas nem sequer antevisto por Sigmund Freud e Jacques Lacan. Duração: 21’27”
Imagem: Cultura no Divã | Contemporaneidade, terrorismo e estratégias de nomeação | São Paulo | 2018 | divulgação