3 de dezembro de 2018 Joel Birman

 
Qual o estado atual da psicanálise? Como projetar o seu futuro em face das demandas contemporâneas? No que diz respeito à formação dos analistas, houve alterações na distribuição dessa demanda? Quais as consequências dessas transformações? Estas são algumas das questões abordadas por Joel Birman, psicanalista, professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professor associado da Universidade de Paris VII, nesta entrevista para a Revista Cultura no Divã – Relações contemporâneas entre psicanálise e cultura (ISSN 2446-8282).

Tendo se disseminado nas sociedades moderna e posteriormente contemporânea como uma série de práticas e técnicas que de alguma maneira regulava uma certa produção subjetiva, marcando a passagem de sociedades tradicionais para sociedades modernas, a psicanálise se distingue em diferentes épocas segundo transformações dos códigos do viver em comum.

Para Joel, atualmente, no Brasil, vivemos uma crítica sistemática da psicanálise, tal qual ocorreu na sociedade americana no final dos anos 1970 e início dos 1980, e na francesa nos anos 1990. No que se refere à formação de analistas, Birman entende que um processo de massificação estaria em curso, em que um dos maiores problemas seria uma versão muito escolarizada dos institutos de formação de psicanalistas. Por outro lado, o espaço conquistado pela psicanálise nas universidades promove grande riqueza na medida em que introduziu a dimensão interdisciplinar na formação do analista, o qual, ao ver-se confrontado com a criticabilidade possível ou não da psicanálise, deve tornar-se apto a dialogar com propriedade com outros campos do saber. O futuro da psicanálise, para Joel Birman, nutre-se sobretudo da potência criativa advinda de psicanalistas pesquisadores. Duração: 28’38”

ATENÇÃO: Como consequência de captação de som indevida, o áudio tem baixa qualidade, pelo qual sentimos muito. Ainda assim, a Revista optou por publicar o vídeo — com legendas –, dada a importância do tema. Sugerimos também o uso de fone de ouvido.

 


 
Imagem: Cultura no Divã | Estado atual, formação e futuro da psicanálise | Rio de Janeiro | 2018 | Divulgação

Joel Birman é psiquiatra, filósofo, psicanalista e escritor. Tem livros publicados no Brasil e na França e se empenha em articular a psicanálise com outros saberes, principalmente a filosofia. Atualmente é professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), professor aposentado do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), professor convidado da Universidade de Poitiers, pesquisador associado e professor associado da Universidade de Paris VII e pesquisador do CNPq.