Um traço comum tanto a Nós (1921), quanto a Admirável mundo novo (1932), e que tomará um rumo diferenciado em 1984 (1949) à medida que se acentua, diz respeito à caracterização da autoridade. Como Yevgeny Zamyatin (1884-1937) já havia sugerido, o totalitarismo nega o indivíduo ao conceber que a…
A representação de uma sociedade alienante na era da linha de montagem, onde não há mais lugar para o acaso – a “era de nosso Ford”, presente em tantas distopias –, também explicita as consequências emocionais e psíquicas associadas a tais experiências, sobretudo no que se refere à constituição…
Também Admirável mundo novo (1932), obra de Aldous Huxley (1894-1963) publicada quase uma década após o lançamento em língua inglesa do romance Nós (1921) de Yevgeny Zamyatin (1884-1937), descreve uma sociedade totalitária fascinada pelo progresso da ciência e certa de poder manter-se estável por meio da oferta de felicidade aos…
Um marco literário pouco conhecido entre nós, o romance de Yevgeny Zamyatin (1884-1937) antecipa os celebrados Admirável mundo novo (1932) e 1984 (1949), de autoria de Aldous Huxley (1894-1963) e George Orwell (1903-1950), respectivamente. Nascido na Rússia, em 1884, exilado de seu país durante o regime totalitário de Joseph Stalin…
Abdicando da distinção entre os termos “cultura” e “civilização” – na medida em que é por meio da apropriação do conjunto de produções humanas, tanto sociais quanto culturais (Kultur), que o sujeito realiza a sua formação pessoal (Bildung) –, Sigmund Freud (1856-1939) parece ter tido razão. O desenvolvimento da…
Com efeito, na atualidade há, presente na cultura, uma demanda por “orientação”, “compartilhamento”, em última instância, por um “olhar” (onisciente) do outro que aponta para uma experiência de insuficiência do sujeito em relação a si mesmo. Evidente também em nossa clínica cotidiana, ainda que de maneira distinta que em…